Nós, Deus e Jeremias pt. 2

Guilherme Piton
3 min readJan 5, 2021

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Hoje eu reli um texto que escrevi há mais ou menos um ano sobre minha primeira experiência com Deus, sobre a primeira vez que vi uma profecia ser dirigida a mim. E bem, não poderia dizer que não fiquei emocionado ao lembrar daquele momento a quase dez anos. Meu coração relembrou de tudo novamente, do momento, da roupa que eu vestia. Enfim, eu lembrei de tudo.

Quando eu leio Jeremias 1:4–19, eu sou transportado para aquele momento. Não porque foi o texto do meu “chamado”, mas foi porque através dele eu soube que Deus era real, que olhava para mim e que eu significava algo para ele. Nos piores momentos da minha adolescência, depois daquele dia maravilhoso, Deus sempre me relembrava do que tinha me dito e eu, na minha podridão, lembrava do amor dele por mim.

Depois que eu voltei para Deus em 2015, em torno de um ano depois, o Gabriel Iglesias lançou uma música baseada na mesma passagem. Eu ouvi e lembrei de tudo mais uma vez, lembrei que:

O tremor que vem, consola

Não há nada em mim

A palavra que é soprada

Me destrói, me constrói

E lembrei que:

Se o que eu disser não for meu

Eu sou boca e não falo por mim

Se repito o que Ele pedir

Não sou eu, mas é Ele quem diz

Eu era apenas instrumento de Deus, vaso de barro e em algum momento da minha vida, eu seria um pastor. Sendo pastor, viveria isso de forma intensa.

A convicção do meu chamado se tornou tão viva depois daqueles dias em 2016. Mudei de igreja achando que as coisas iriam alavancar. Ganhei novas concepções teológicas que depois perdi, não ouvi mais profecias do meu Deus. Tudo ficou incerto de novo, tudo se apagou e eu fiquei me sentindo sem rumo e sem o meu consolo.

Eu esqueci que quem me sustentava ainda era o meu Deus, que ele ainda estava me conduzindo por mais que eu não estivesse o escutando por meio das pessoas que ele usava. Eu comecei a ver a mão dele em tudo, eu orei para ele me levar aos lugares que ele desejava me levar. Ele foi minha provisão, foi meu alimento e meu consolo.

Hoje, quando parei para pensar e escrever o texto, vi o quanto eu fui conduzido, mesmo sendo um jovem tão capenga em tanta coisa. Vi o quanto ele usou pessoas comuns, amigos e amigas para me conduzir e não só os “profetas”, vi o quanto ele usa minha namorada e melhor amiga para ver o quanto eu ainda preciso me moldar. Enfim, eu sou um vaso de barro!

E você, caro leitor que pode estar vivendo os mais duros conflitos consigo mesmo e sem saber onde está Deus, eu quero lhe dizer: ele está perto. Deus está perto de você, está ao seu lado e se você duvidou como Jeremias e eu, te dou uma certeza: se lance nos braços dele. Apenas se lance, se esforce para que sua vida seja guiada pelo amor dele.

É o que eu desejo para mim e para você!

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